E-mails com ameaças à vereadora Alice Carvalho têm endereço em outro país, confirma polícia

E-mails com ameaças à vereadora Alice Carvalho têm endereço em outro país, confirma polícia

Foto: Vinicius Becker (Diário)

A Delegacia de Proteção ao Idoso e Combate à Intolerância confirmou nesta quarta-feira (22) que os e-mails com ameaças de morte e mensagens racistas recebidos pela vereadora Alice Carvalho (PSol) têm origem em domínio internacional, localizado nos Estados Unidos. A informação foi divulgada pela delegada Débora Dias em entrevista ao Bom Dia, Cidade! da Rádio CDN 93.5. Recentemente, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) também recebeu e-mails com ameças e com domínio de fora do país, no caso da Alemanha. 

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De acordo com a delegada, um inquérito policial já foi instaurado para apurar o caso. A investigação, segundo ela, será complexa e de longa duração, devido ao uso de ferramentas digitais que dificultam a identificação dos autores.

O e-mail não tem domínio no Brasil, ele é de um servidor dos Estados Unidos. Isso torna o processo mais difícil, mas não impossível. Nós já iniciamos o inquérito e vamos fazer tudo que estiver ao nosso alcance para identificar os responsáveis. São pessoas que, de forma covarde, utilizam o anonimato da internet para cometer crimes de racismo e ameaça — afirmou Débora Dias, destacando que o caso envolve crimes de racismo e ameaça de morte.

A delegada explicou ainda que o endereço eletrônico utilizado foi criado, provavelmente, apenas para enviar as mensagens ofensivas. O conteúdo, conforme relatado pela vereadora, traz expressões de ódio, termos de supremacia racial e ameaças diretas de execução, caso ela não renunciasse ao cargo.


“Não vamos nos intimidar”, afirma vereadora Alice Carvalho

Em entrevista à Rádio CDN também nesta quarta-feira, a vereadora Alice Carvalho relatou o teor das mensagens recebidas e disse que, apesar do impacto emocional, não pretende recuar de sua atuação política.

As mensagens continham ofensas raciais e ameaças de morte, inclusive descrevendo métodos e dizendo que eu deveria renunciar, caso não quisesse ser executada. Claro que a gente fica abalada, mas não se intimida. A nossa força é maior que a covardia deles — declarou.

A parlamentar registrou boletim de ocorrência e afirmou que está recebendo acolhimento da Delegacia, da Câmara de Vereadores e da Procuradoria Especial da Mulher. Segundo Alice, medidas de segurança foram reforçadas em sua rotina, mas ela segue cumprindo a agenda pública normalmente.

A gente passa a repensar os horários, os trajetos e as pessoas com quem anda. É uma limitação da nossa liberdade, mas necessária para garantir segurança não só minha, mas também das pessoas que trabalham comigo — disse.

Alice também relembrou outros episódios de violência que enfrentou desde 2018, incluindo ataques físicos e disparos de arma de fogo contra sua residência, ocorridos em períodos eleitorais.

Para a vereadora, os ataques estão relacionados ao seu posicionamento político e à interseção de gênero e raça:
Eu acredito que é um conjunto de fatores. Ser uma mulher negra, jovem, de periferia e ocupar um espaço de poder incomoda. Há um componente racista e misógino muito forte nesses ataques. Mas a gente segue firme, porque lutar por direitos também é resistir.


Investigações seguem em curso

A Delegacia de Proteção ao Idoso e Combate à Intolerância segue reunindo elementos para identificar os responsáveis pelos ataques. A Polícia Civil deve solicitar apoio de órgãos federais para rastrear a origem das mensagens fora do país.


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Vitória Sarturi

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